terça-feira, 26 de novembro de 2013

A GRAÇA DE SER PALHAÇO


Um nariz vermelho entre o que é real e o que se faz encenar. Por de trás do pancake branco uma lagrima escorre de dentro para fora. O tempo esta passando e a cena marca o fim do primeiro ato, nada de aplausos.

Novamente em cena, os braços se erguem o mais alto num gesto ultimo, clamando pelo fio de graça que escorre de uma fresta na lona cinza sobre o picadeiro. A voz rouca e baixa se confunde com as batidas de um coração calado, que clama pelos sorrisos da plateia. Entre uma torta na cara e o desembaraço de uma queda, o palhaço se levanta, lembrando de quando era criança, brincando de ciranda, percebe que o mundo roda e que a possível derrota se transformou em desafio digno de vitória. A roupa listrada de fio em trapos, não segura a alma renovada que se rasga com tanta graça levando a plateia ao delírio.

Neste picadeiro, onde somos palhaços, a luz vem do alto e nem sempre os aplausos se dão para aqueles que engrandecem o espetáculo da vida. Nunca devemos esquecer que a vaidade é da bailarina e como palhaços nossa missão é esbanjar alegria.