Tento desprender minha alma e sair por ai. Buscar uma sombra pra me aconchegar, lembrar dos dias frios deitado em teu colo, dos livros lidos no pé do ouvido. Sentir teu corpo cansado se aconchegar, gesto de preguiça, típico de final de tarde após longa jornada.
Quero poder distanciar-me para enxergar de cima o que não vejo em primeira pessoa. Ter perspectiva daquilo que na íntegra passou muito rápido, sem ao menos ser degustado.
Procuro um recanto para me refrescar e beber de boa água, direto da fonte, sem intermédios e nem prelúdios, tudo em nome do amor, sem meias palavras.
Como deixar-me se torna difícil, me entrego à noite trajando roupas simples, nas mãos um copo de chá, no peito um único desejo, envelhecer ao teu lado sem me preocupar com feras e domadores, apenas acolhido em teus braços como o sol que se esconde no horizonte.